Qual será o futuro das bibliotecas?

Espaços de leitura estão cada vez mais obsoletos. Na verdade, o papel parece ceder prestígio à mídia digital. Livros são substituídos por pesquisas na internet. As bibliotecas - centros de convivência intelectual - têm renovado seu acervo de# computadores. Nas três maiores bibliotecas do Rio Grande do Norte, a reportagem encontrou realidades distintas de infraestrutura e visitação. Em comum, a demanda descrescente pela procura dos livros e o aumento na disputa pelas poucas opções de acesso à internet.
Na Biblioteca Central Zila Mamede, da UFRN, e-books e internet sem fio têm ganhado cada vez mais adeptos Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
Em período de aula, a Biblioteca Central Zila Mamede - a maior do Estado - recebe dois mil visitantes ao dia. São apenas seis computadores. Só em 2010 foram registrados 475.309 acessos por eles. O acesso livre à internet via sistema de wireless também atrai dezenas de estudantes ou pesquisadores com notebooks próprios. É comum encontrar muitos sentados no chão com suas máquinas ao colo. A Biblioteca também tem, aos poucos, comprado livros digitais, os chamados E-books. Com eles é possível fazer download de qualquer livro pela internet. O acervo já conta com quase 4 mil livros eletrônicos. Embora sejam bem mais caros que os livros em papel, surgem como solução para um problema futuro já preocupante: a falta de espaço físico para abrigar mais livros. "Os livros eletrônicos são amplamente utilizados pela comunidade acadêmica, quer na área física da UFRN ou em outros espaços através do login e senha das pessoas vinculadas à UFRN. Com o fator positivo de ser utilizado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo", comentou a diretora há cerca de dois anos da BCZM, Ana Cristina Tinôco. A previsão da diretora é de que com a celeridade de atualização e aquisição do acervo da Biblioteca Zila Mamede nos últimos anos, em no máximo cinco anos falte espaço para abrigar mais livros. Recentemente foram adquiridos mais de 11 mil novos títulos com os recursos do Programa Reuni. E o acervo cresce diariamente. Já são 274 mil livros, além de periódicos, fitas de vídeo, CDs, DVDs, dentre outras fontesde informação das quais dois terços foram expandidas para três novos salões. "Nos preocupamos bastante com espaço físico. Na medida do possível, estamos substituindo o acervo material pelo digital - a bandeira da nossa gestão. Mesmo com a construção do Anexo, não dispomos de muito espaço. Acredito que no máximo, dentro dos próximos três a cinco anos estaremos com a nossa capacidade esgotada. Mas, já temos uma reforma em curso, o que pode minimizar esse cenário preocupante", adianta Ana Cristina Tinôco. Além da aquisição de livros digitais, a direção da BCZM está em fasede implantação da Seção de Repositórios Digitais. Servirá para orientar e conduzir os serviços digitais e estarão voltados para o Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN: uma espaço que agrega todas as revistas eletrônicas editadas na UFRN. Também o Repositório Institucional, que compila todos os trabalhos científicos apresentados pelos docentes e/ou servidores da UFRN e a BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações). Acervo A BCZM contahoje com uma área física de mais de 8 mil m² - 3,5 mil m² a mais após a recente reforma. Permaneceram os três pisos com acervo de coleções especiais composta por periódicos, material multimídia, teses e dissertações, Coleção Literatura de Cordel, Coleção Brasiliana, Coleção Zila Mamede, Coleção autores norteriograndenses, entre outros. Ainda a Coleção Referência, composta por dicionários, glosários, enciclopédia, etc. E acervo voltado para o ensino, pesquisa e extensão, geralmente solicitado por alunos, professores e técnicos da UFRN.
Em plena era digital, livros e outras fontes de pesquisa impressas já não são os únicos protagonistas Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br

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