A "ALMA BOA" DE FLÁVIO REZENDE OU SERIA FLÁVIO DO BEM!!!

Cidades Edição de domingo, 24 de julho de 2011
A "alma boa" de Flávio Rezende
Jornalista, escritor e ativista completa 50 anos com um sonho realizado: ver a Casa do Bem aberta em Mãe Luíza Paulo Nascimento // Especial para o Diário de Natal // paulonascimento.rn@dabr.com.br
O prazer de ajudar e servir aos mais necessitados mistura-se com a história do jornalista, escritor e ativista social Flávio Rezende, 50 anos recém completados neste mês de julho. Como consequência da veia filantrópica que sempre teve desde criança, Flávio toca há pouco mais de ano o que tem como "sonho da sua vida": a Casa do Bem. Nascida de uma somatória de fatores, desde a escolha por morar em Mãe Luíza há mais de 20 anos, passando pela transformação do desejo de prestar assistência em realidade, a construção da Casa do Bem é o retrato da "alma boa" - como Flávio trata todos com quem conversa - do jornalista.
Sempre disposto a ajudar, Flávio decidiu morar no bairro carente Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
Desde a infância, Flávio despertou entre os irmãos - no total de seis - o desejo de ajudar. Segundo ele, sempre que alguém passava em sua casa pedindo algum tipo de ajuda, em especial alimentação, o então estudante do Instituto Maria Auxiliadora não negava. "Recordo muito bem que quando o único shopping de Natal era o CCAB Norte, em Petrópolis, a moda da época era tomar um chocolate de Gramado. E sempre que eu ia, chamava também o garoto que ficava tomando conta do estacionamento, como se fosse um flanelinha de hoje, para tomar chocolate comigo", lembrou Flávio. Vindo de família abastada, tendo como patriarca o médico Fernando Rezende - que hoje dá nome à Casa do Bem -, e amigo de muitos integrantes da alta sociedade da capital potiguar, o já jornalista, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Flávio surpreendeu a todos quando resolveu morar em Mãe Luíza, então e até hoje considerado um dos bairros mais perigosos da cidade. "Eu me sinto bem entre meus amigos de alta classe, mas me sinto muito melhor no meio do povo. Isso vem de mim e eu não sei explicar a razão. E estando no meio do povo, me sinto com ainda mais vontade de ajudar", afirmou o diretor da Casa do Bem. Seguindo o passo a passo que resultou na instalação da Casa do Bem no bairro em julho de 2010, Flávio deparou-se com uma escolha relativaà comunidade onde escolheu para viver: interagir ou não com a população local. "Eu poderia simplesmente me trancar na minha casa e não olhar para cara de ninguém, mas eu escolhi realmente viver em Mãe Luíza", disse Flávio. Aos poucos, com a aproximação, conhecendo a realidade do local, uma luz despertou na "alma boa" de Flávio. "Eu percebi que, apesar de todos os problemas que existiam por aqui, poderia fazer alguma coisa para ajudar", ponderou o jornalista. Aos poucos, unindo projetos já existentes, que envolviam igrejas e escolas do bairro, e criando os seus, formava-se um embrião Casa do Bem. "Tudo começou ainda em minha antiga casa, trazendo os primeiros projetos para a garagem", explicou Flávio. Atualmente, ele não vive mais na mesma casa - transformada em pequenos apartamentos -, que é vizinha a atual sede da instituição. "Eu, e principalmente minha família, estávamos sendo sufocados. Todo dia várias pessoas apareciam na minha porta fazendo pedidos pessoais, como bujão de gás, o que não é o objetivo dasações da Casa do Bem", afirmou Flávio. A Casa do Bem, no entanto, não é morada apenas de quem participa dos projetos oferecidos, mas também do diretor, que nunca deixa de passar pelo local diariamente.

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