JOAQUIMTUR DIZ: Macunaíma Potiguar - Noé Soares em NOMES DO RN

Esportes Edição de domingo, 23 de outubro de 2011
"Herói de nossa gente"
Noé Soares, conhecido por Macunaíma, imortalizou a camisa 11 do ABC Paulo Nascimento //paulonascimento.rn@dabr.com.br Especial para O Poti
Ídolo da Frasqueira por 10 anos, o ponta-esquerda - que também foi ponta-direita, volante, meia direita, meia esquerda# - Noé Soares, o popular "Noé Macunaíma", lembra com saudade a época em que dividia o gramado com craques como Alberi, Danilo Menezes, Pradera, Cláudio Oliveira e até com quem jogava contra, como Hélcio Jacaré e Ivanildo pelo América e Odilon, vestindo a camisa 10 do Alecrim. Entre 1974, quando veio do Rio de Janeiro para o ABC, e 1984, Noé foi tetracampeão estadual pelo alvinegro potiguar (1976, 1978, 1983 e 1984). "Vim para passar um ano no ABC e estou em Natal até hoje. E virei torcedor do time, com certeza. Acompanho sempre os jogos no estádio", contou Macunaíma, de 59 anos, que é natural do Rio de Janeiro, onde começou sua carreira na Portuguesa carioca.
Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
O apelido foi criado pelo radialista Souza Silva, em alusão à personagem criada pelo escritor modernista Mário de Andrade que era conhecido como o "herói de nossa gente". E o "codinome" pelo qual Soares é tratado até hoje pelos torcedores abcdistas não foi à toa. Por várias vezes, Macú, até mesmo saindo do banco para o gramado, fez atuações inesquecíveis no seu principal palco, o estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão. "Tenho lembranças de vários jogos excelentes do qual fiz parte, principalmente clássicos contra o América. Era comum jogarmos com 30, 40 ou 50 mil pessoas no Machadão. Hoje em dia, quando aparecem 15 mil pagantes falam que foi um bom público", comenta Noé. Nesta época levando quase sempre o número 11 nas costas da camisa alvinegra, alguns jogos marcaram a memória do ídolo. O primeiro citado pelo ex-jogador é um dos casos pelo qual ele terminou virando o "herói de nossa gente". Em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1979, o ABC enfrentava o América-MG, que vencia o time potiguar por 3x1 no primeiro tempo. O resto da história quem conta é o próprio Macunaíma. "Servílio de Jesus, que era o técnico, me chamou para entrar no segundotempo. Eu, que estava voltando de uma contusão, graças a Deus, fui muito bem, fiz um gol e ajudei a equipe a virar o jogo para 4 a 3", conta o carioca. A outra partida citada por Noé ficou na memória por outra razão. "Lembro bem daquele gol de Didi Duarte, do meio do campo, com cinco segundos. Não tem como esquecer quando a gente leva um gol tão rápido, ainda mais sendo um clássico", cita Noé, relembrando a partida de 14 de abril de 1981, em que o ABC conseguiu empatar no apagar das luzes da segunda etapa e levou o primeiro turno do Campeonato Estadual, que viria a ser vencido pelo América. Para ele, todas as equipes pela qual foi campeão no ABC tinham grandes jogadores, mas os times de 1976 e 1983 foram especiais. "Ganhamos os dois campeonatos quase invictos. Fora que tinhamos valores, em 76, como Pradera, Danilo Menezes, Drailton, Vuca e Reinaldo, assim como em 86 joguei com Dedé de Dora, Marinho Apolônio e Silva, que eram jogadores que desequilibravam qualquer jogo. Quem olhasse para time via, no mínimo, uns sete ou oito craques, diferente de hoje, que o nível é tão baixo", afirma o ex-jogador, que ainda foi campeão paraibano pelo Botafogo-PB e pelo Vila Nova-GO.

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