Venha conferir o premiado "O Balão Branco" na Assembléia Legislativa
Hoje,27 de agosto, o Cineclube Natal retoma sua cativa parceria com a Assembléia Legislativa e exibe O Balão Branco (Adkonake Sefid, 1995) do diretor Jafar Panahio, o terceiro e último filme do ciclo Flores do Irã, dedicado à cinematografia deste complexo país. A sessão começa às usuais 18:00 horas e a entrada é franca - com direito a pipoca durante a exibição.
A censura é livre.
A menina Razieh (Aida Mohammadkhani) quer um novo peixinho dourado como presente de Ano Novo, especificamente um que viu numa loja e que julga ser muito mais bonito que os que tem em seu quintal, num tanque artificial. Com muito esforço convence sua mãe a lhe dar o dinheiro, mas chegar até a loja onde o peixinho está à venda será outra aventura, uma grande experiência de liberdade e responsabilidade, que se tornará mais desafiadora devido a vários obstáculos - os adultos ou parecem querer se aproveitar de sua ingenuidade ou não lhe dão a menor bola. O Balão Branco traz a imagem de uma criança que não desiste de seu propósito, apesar de todas as dificuldades que encontra em seu caminho. Sem aceitar os "nãos" dos adultos, ela segue persistente, mesmo quando ignorada, rejeitada e até ludibriada, e supera suas adversidades, fazendo da fragilidade a sua força incansável.
Acompanhar essa pequena garota é uma experiência e tanto, pois acabamos por testemunhar uma sociedade insensível aos anseios infantis neste drama urbano contemporâneo, onde conhecemos os preconceitos da comunidade tradicional iraniana, que não poupa nem as crianças do sexo feminino, muito menos as mulheres. Só têm deveres e nenhum direito, ainda que sejam esposas e mães devotadas.
Este é o bem-sucedido primeiro longa-metragem de Jafar Pinahi, discípulo do grande diretor Abbas Kiarostami, que se tornou o primeiro cineasta iraniano a vencer o Leão de Ouro no Festival de Veneza, com um filme posterior, o belo "O Círculo". O Balão Branco, por sua vez, consiste num filme simples, sensível e divertido, com especial destaque para a direção segura de Pinahi, bem como belo roteiro e interpretação convincente da pequena protagonista. Este é um daqueles filmes em que o silêncio fala, grita, expressa o sofrimento profundo e solitário de um povo - mas também nos brinda com suas mais honestas alegrias. Não deixem de conferir.
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