CHUVA DE BALA NO PAÍS DE MOSSORÓ - BATE E VOLTA
A Capela de São Vicente ganhou fama inesperada. Na manhã de 13 de junho de 1927, com a mobilização da cidade contra o bando de Virgulino Ferreira, o Lampião, a sua única torre ficou crivada de balas. E, hoje, às vésperas dos 80 anos do ataque, com a primeira derrota do cangaceiro, ainda podemos encontrar as marcas da batalha.
Esse fato integra o consciente coletivo da população e é uma marca da luta, pela liberdade, do povo mossoroense. E não é por acaso que atualmente é um sinal de bravura. Afinal, quem seria capaz de bater o pé a um bando de homens armados e fugitivos da lei, em plena década de 20 do século passado?
Mossoró foi capaz, e teve esta ousadia. Afugentou o bando, negou-lhe os 400 contos de réis, se protegeu e, ainda, retirou das mãos de Lampião dois cangaceiros: Colchete e Jararaca. Este último foi preso na Cadeia Pública, atual Museu Municipal Lauro da Escóssia e enterrado no Cemitério Público, e hoje seu túmulo é venerado porque o cangaceiro é tido como milagroso. Durante a década de 50, para relembrar o ato heróico, foi montada na cidade uma peça teatral com as principais personagens do acontecimento. Dava-se o primeiro passo para a sedimentação do teatro na cidade.
O espetáculo é um dos diferenciais da festa, que combina tradição junina com teatro e outras manifestações culturais. Dirigida por João Marcelino, a superprodução será encenada por um elenco de 110 pessoas, sendo 70 atores da cidade, 20 atiradores do Tiro de Guerra 07-010 e 20 crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), unidade do bairro Alto de São Manoel.
O Chuva de Bala será encenado em três finais de semana de junho: 11 a 14; 18 a 21; e 25 a 28, sempre às 21h, no adro da Capela. A estrutura montada para a peça conta com um palco de 510 m², além de quatro mil cadeiras e arquibancadas para acomodar o público.
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