Seis & Meia: NEGÓCIO ARRISCADO???!!!
Com orçamento magro, apenas um concorrente se dispôs a tocar o projeto, que tem viabilidade duvidosa
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
O Seis & Meia está sem data para retorno e a viabilidade do projeto é duvidosa, segundo produtores culturais da cidade. O orçamento agora definido em licitação é considerado muito baixo para atrair artistas nacionais já definidos previamente pela Secretaria Extraordinária de Cultura. Uma mostra foi o primeiro pregão aberto para contratação da empresa responsável pelo projeto: apenas um concorrente na disputa. "Não faltou divulgação. O problema talvez seja a margem de lucro muito enxuta, valores muito econômicos, limitados", avaliou a secretária Isaura Rosado.
Diante da pouca demanda, o pregão foi reaprazado para o dia 27 deste mês. "Achei melhor adiar para dar novamente oportunidade a outras empresas participarem da licitação", afirmou Isaura Rosado. A proposta oferecida são exíguos R$ 300 mil. O orçamento servirá para "tudo", disse a secretária: divulgação, transporte aéreo, cachês, ECAD, ISS# E os R$ 300 mil são o valor estipulado na licitação. Vence a empresa que apresentar o valor mais baixo. Se o valor cai, por exemplo, para 240 mil, o produtor terá R$ 30 mil para uma edição mensal: R$ 15 mil para Mossoró e R$ 15 mil para Natal.
Está previsto no edital que ele terá total autonomia para remanejar o dinheiro conforme achar mais conveniente. O produtor responsável ficará preso apenas aos artistas escolhidos para os shows (veja lista ao lado). A secretaria definiu 13 nomes de artistas nacionais e 13 locais, para Natal e outros 13 para Mossoró. Dessa lista, o produtor escolherá oito para preencher as atrações musicais locais e nacionais do projeto - referência no RN há 17 anos. Mas praticamente nenhum deles cobra cachês abaixo de R$ 10 mil.
O cachê de artistas como Mara Gadú, Diogo Nogueira, Martinália, Luiza Possi e Fernanda Takai gira entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. Seriam mais viáveis, entre os nomes na lista, Tulipa Ruiz, Jessier Quirino, Titani, Rubi. "Se houver convencimento, eles podem baixar os cachês e aceitarem o convite. Por outro lado, alguns são nomes desconhecidos ao público e o produtor corre o risco da baixa bilheteria", aponta a produtora cultural Ana Lira, responsável, entre outros projetos, pela consultoria das atrações do Festival Mada.
Isaura Rosado desconhece se o valor do ingresso do Seis & Meia permanecerá em R$ 20 e R$ 10 (meia). "Acredito que permaneça", disse. Se for confirmado, a lotação do Teatro Alberto Maranhão dará ao produtor entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. "É muito pouco. Afora todos os custos citados, ele ainda arca com mil coisinhas que somadas têm um valor considerado. É aluguel de bateria, van para transporte, custos de produção, colagem de cartaz, e a Fundação ainda possui uma cota de ingressos", acrescenta o mais experiente produtor de Natal, Alexandre Maia.
Alexandre chama atenção ainda para o transporte aéreo. "A média de uma passagem ida e volta é de R$ 1 mil. Se o show foi simples, voz e violão, vêm no mínimo quatro pessoas. O normal são seis. E estou trazendo Toquinho agora e a passagem ficou em R$ 2 mil". Ou seja: uma banda
http://www.diariodenatal.com.br/2011/06/18/muito1_0.php
Sambista Diogo Nogueira é um dos artistas que teriam que ser convencidos a reduzir cachê para viabilizar participação Foto: Pedro França/Esp. CB/D.A Press |
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