O DIA MUNDIAL DA DIABETES

O Dia Mundial da Diabetes, tem como finalidade chamar a atenção pública, das instituições ligadas à saúde, da população em geral e dos doentes diabéticos em particular para a problemática da doença e para a importância do autocontrole na prevenção das complicações que dela podem advir.

António Germano, da Associação de Diabéticos Açorianos explica que o centro de Saúde de Angra do Heroísmo e das Praia da Vitória assinalam esta data há algum tempo com um rastreio na Praça Velha e na cidade de Nemésio. Este ano, com o objectivo de sensibilizar a população, para além do rastreio no Hiper Modelo na Praia da Vitória, o Centro de Saúde promove também uma caminhada marcada para as 10h00 com partida daquele mesmo centro, seguida de uma refeição saudável.

Nos últimos dois anos a Associação de Diabéticos Açorianos assinalou esta data na Praça Velha virando a sua atenção para a alimentação saudável, um dos pontos fundamentais na prevenção e controle da doença. Este ano, devido a este dia se comemorar num sábado tal não acontecerá.

O século XXI é o século da obesidade e da diabetes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde a diabetes afecta actualmente 5 a 7% da nossa população (mais de meio milhão), considerando-se um problema em termos de saúde pública. Este aumento deve-se a que o seu diagnóstico precoce se tenha tornado mais fácil, por um melhor acesso dos utentes aos cuidados de saúde. Por outro lado, o melhor equilíbrio metabólico que hoje é possível proporcionar ao diabético tem melhorado muito a sua esperança de vida.

Finalmente, a população geral está “a envelhecer” e, se é verdade que a diabetes pode aparecer em qualquer idade, incluindo até meninos de primeira infância, ela ataca principalmente pessoas idosas.

O que é a diabetes?

A diabetes é uma desordem metabólica, na qual o corpo é incapaz de utilizar a glucose (açúcar) como fonte de energia. A glucose é o combustível existente na nossa alimentação. Durante a digestão, a comida é decomposta nos seus componentes básicos, água, vitaminas, minerais, aminoácidos e glucose. Estes produtos entram na corrente sanguínea e são usados pelos vários tecidos corporais.

A glucose é convertida em fonte energética para uso imediato ou é guardada para utilização futura sob a forma de glicogéneo (no fígado e nos músculos) ou gordura. Para ser imediatamente utilizada, a glucose tem de deixar a corrente sanguínea e entrar nos tecidos corporais, onde é necessária. Mas para viajar da corrente sanguínea para as células só é possível na presença da hormona insulina.

A insulina é produzida por algumas células no pâncreas, que se localiza por trás do estômago. Um indivíduo com diabetes não produz insulina suficiente ou o seu corpo não é capaz de utilizar a insulina que é produzida. Em qualquer dos casos a glucose vai-se acumulando na corrente sanguínea e não consegue ser utilizada como fonte energética.

Constituída em Novembro de 2005, a Associação de Diabéticos Açorianos é uma instituição particular de solidariedade social ainda em fase de estruturação, que tem incidido a sua acção no tema central das comemorações deste ano: a educação dos doentes diabéticos, de modo a desmistificar a doença, que não é incapacitante desde que devidamente controlada. Isso só poderá acontecer por acção directa do próprio diabético.

O autocontrole, a alimentação e o exercício físico são os três pilares que podem permitir aos doentes diabéticos uma vida normal. Nenhuma equipe de profissionais de saúde poderá consegui-lo sem a colaboração empenhada do próprio diabético. E este é um processo permanente, dinâmico, inconstante que obriga a ajustes frequentes mediante o autoconhecimento das reacções ao tratamento.

Desta forma, tem grande importância o registo dos factores mas influentes, como os valores das glicemias, as doses de insulina, a alimentação e a actividade física, um conjunto de condições também importante para profissionais de saúde avaliarem melhor a situação do doente.

António Germano adianta que um autocontrole bem feito pode obrigar a algum trabalho e disciplina, mas seguramente compensa em termos de qualidade de vida, pois as complicações não são imediatas, mas depois de se manifestarem dificilmente serão reversíveis.

Os serviços de saúde têm consciência da crescente incidência da doença e tem investido cada vez mais na educação e prevenção da mesma envolvendo cada vez mais meios, materiais e humanos, em equipas multidisciplinares que traçam estratégias para cada caso e acompanham e avaliam os resultados.

Esta é, assim, uma competição diária e permanente em que os prémios a conquistar são a saúde e a qualidade de vida e o principal argumento reivindicativo dos diabéticos é cumprirem a sua parte empenhando-se no seu autocontrole. Isso não implica abdicarem de um vida normal, sobretudo no que respeita a alimentação que deve ser o mais variada e equilibrada possível como a de qualquer outra pessoa. Cada caso é um caso, devendo ser orientado, acompanhado e avaliado como tal.

Ninguém é diabético por opção, mas é importante que todos os diabéticos o sejam com convicção, pois é perfeitamente possível os diabéticos fazerem um vida normal.

A Associação de Diabéticos Açorianos tem tido a sua acção focalizada na ilha Terceira, mas não esquece a sua intenção de um dia alargar a sua actividade ás outras ilhas do grupo central e ocidental, onde poderá ser mais difícil a constituição de uma associação local.

*Fonte:http://www.auniao.com/noticias

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